quinta-feira, 6 de agosto de 2020


Nota: Este blog e todos os outros da minha pena,  deliberadamente não respeitam  o acordo ortográfico





introdUção

Em boa hora, um governo com 11 políticos deu à estampa um singelo e curto diploma cujos efeitos tiveram o dom de reparar tantos desmandos e desleixos feitas  ao longo dos tempos.
Visava e ainda visa identificar e proteger simples memórias monumentais do nosso património histórico e que tão mal tratado foi pela tacanhez de tantos..
Num preâmbulo curto e incisivo identificou-se o problema e em quatro (4) Artigos  concisos criou-se LEI para agir em conformidade.
Foi o primeiro governo do Estado Novo e o 9º da Ditadura Militar
Onze (11) governantes para assinar e um Chefe de Estado para promulgar.
Ainda hoje, quando se trata de PELOURINHOS se remete para este Decreto-Lei.




Espalhados por todo o território nacional, mais a Norte  que a Sul, encontramos, umas curiosas e originais obras escultóricas em pedra com grande significado para cada uma das localidades simbolizando e identificando a autonomia administrativa e judicial da povoação

Representam assim o poder Local e Senhorial que bastas vezes se seguiam à outorga do foral à localidade

 

Origem histórica

 

... provavelmente romana, embora com um significado diferente, simples marcos de sinalização de fronteiras ou jurisdição territorial.
Em Portugal a existência de pelourinhos recua à Idade Média.
A grafia deste termo oscila ao longo dos séculos entre Pellourinho, Peloirinho, Pelorinho, Pelourjnho, Pelourynho, Pillourinho, Pilourinho, Plourinho, Poleirinho e Polourinho.Popularmente e com alguma frequência dão-se como sinónimas três coisas algo distintas: Tronco, Picota e Pelourinho.

Tronco,  exposição de criminosos - execução de funções judiciais

Picota, símbolo de povoação medieval com alguma independência administrativa

Pelourinho, símbolo da criação de concelho no século XVI, assume uma natureza essencialmente simbólica e artística e desempenha uma função publicitária, dado ser o local onde são afixados e lidos éditos, leis,  alvarás, entre outros documentos e tantas vezes o local onde os "homens bons" faziam o cerimonial da tomada de posse da cidade ou da vila

O nome de pelourinho, começa a aparecer em Portugal por volta do século XVI, anteriormente, logo no início da nacionalidade, século XII,  eram designados, popularmente, por picotas, sendo assim o testemunho em pedra de uma certa descentralização. 
A partir do Séc. XVI à outorga de um foral a uma comunidade  pelo monarca, segue-se o levantamento de um pelourinho, símbolo da sua personalidade jurídica. 
Uma conclusão é certa: apenas os concelhos podiam erguer o seu pelourinho, embora nem todos os concelhos o tenham feito. Ana Leite divide a edificação destes monumentos em dois grandes períodos: «um primeiro, do século XII aos séculos XIV-XV, e um segundo circunscrito à primeira metade do século XVI, datando dessa época a maioria dos monumentos que chegaram até nós».

Para saber mais 

Curiosamente estes monumentos em pedra só no século XX são alvo de protecção e classificação como monumentos nacionais pelo Decreto-Lei 23122 publicado em 11 de Outubro de 1933. 
Este tipo de monumentos quase poderíamos dizer que são genuinamente portugueses atendendo ao facto  de serem mais abundantes em Portugal do que em qualquer outra nação europeia nomeadamente na nossa vizinha  Espanha. 
Pelourinhos que à época, século XII e XIII, eram popularmente identificados como picotas e que as administrações locais erigiam no centro da povoação, ou na Praça, ou no Largo mais nobre da terra e quase sempre em frente ao edifício dos Paços do Concelho, Tribunal ou Cadeia  e mais raramente frente a castelos ou igrejas. 

O Algarve e os Pelourinhos

 



No Algarve já não encontramos nenhum pelourinho original.
Os dois que actualmente ainda existem -Silves e Lagos- são reconstruções. Devemos ter em conta que o Reino do Algarve é a região portuguesa com o menor número de pelourinhos. Não há um único original e só há peças de outros três Aljezur: Monchique e Alcoutim 

Os textos documentam ou documentavam  a existência de 11 — onze apenas - 

Pelourinho de Aljezur, Aljezur

Pelourinho de Castro Marim, Castro Marim.

Pelourinho de Lagos, Lagos

Pelourinho de Loulé, São Clemente, Loulé.

Pelourinho de Monchique, Monchique, Monchique.

Pelourinho de Silves, Silves,.

Pelourinho de Faro, Faro.

Pelourinho de Tavira, Tavira.

Pelourinho de Vila Real de Santo António, Vila Real de Santo António.

Pelourinho de Alcoutim, Alcoutim.

Pelourinho de Cacela Velha, Vila Real de Santo António.

Nota — Olhão, embora tivesse um Bairro do Pelourinho,  nunca teve pelourinho. O espaço  identificava o local da Cadeia. 

Os pelourinhos actualmente existentes datarão do século XVI, ou de tempos mais recentes, fruto das reformas manuelinas e no caso de Vila Real de Santo António da iniciativa do Marquês de Pombal a quando da construção da povoação por a antiga –Santo António de Arenilha- ter sido destruído pelo maremoto de 1755 ou como muitos outros autores defendem e com justificada propriedade, pelo facto das pescadores, ainda antes do terramoto,  se terem deslocado para Monte Gordo, onde era mais seguro viver e o peixe era mais abundante. 

Dos onze pelourinhos algarvios apenas dois, resistiram à fúria devastadora do tempo e dos homens: Silves e Lagos e, mesmo estes, não são os originais 

O de Portimão que muitos ainda conheceram, foi destruído logo a seguir ao golpe militar do 25 de Abril, por uma bando de vândalos pseudo revolucionários. 

Vandalismo ao longo dos tempos 

Ao longo dos tempos uns foram apeados, outros destruídos, outros desmantelados, outros deslocalizados e muitos outros, e perante a incúria dos homens, foram-se degradando.
Apesar de todo este significado de autonomias das povoações encontramos, ao longo dos tempos, fases em que os pelourinhos foram o alvo do ódio de alguns.
Os períodos em que esse ódio mais se acentuou foram: 

- Transição do Absolutismo para o Liberalismo (segunda e terceira década do século XIX) por estes últimos os considerarem símbolos de tirania.

- Anos seguintes à abolição da pena de morte (*)  1852 e 1867)

Anos seguintes à Revolução de 5 de Outubro

- Golpe militar de 24 de Abril de  1974

 

(*)  A abolição total da pena de morte em Portugal só foi consagrada pela Constituição de 1976)


Tipos de Pelourinhos

Os Pelourinhos representam os poderes local e senhorial de outrora, a administração municipal dos homens bonsConsoante o remate do pelourinho, estes podem classificar-se em:


Pelourinhos de gaiola.

Pelourinhos de roca.

Pelourinhos de pinha.

Pelourinhos de coluço (gaiola fechada).

Pelourinhos de tabuleiro (gaiola com colunelos).

Pelourinhos de chaparasa. Pelourinhos de bola.

Pelourinhos tipo bragançano.

Pelourinhos extravagantes (de características invulgares).




O único elemento original que se conserva é uma coroa decorada com elementos em forma de flor-de-lis que remata a actual composição. 
É um símbolo de poder municipal e o único exemplar em todo o Algarve.

Estrutura 

Pelourinho de pedestal quadrangular de três degraus em pedra calcária e pedra de arenito (grés). Coluna em pedra grés de Silves, composto por plinto paralelepipédico, de faces lisas; fuste ligeiramente mais estreito, de quatro tambores esquadriados e capitel formado por ábaco, coxim e colarinho de planta quadrada, coxim de perfil em quarto de círculo. Sob o colarinho, arranca, em cada uma das quatro faces, gancho férreo recurvo terminando em cabeça de serpente, munido de argola também férrea. Remate pétreo, em coroa fechada decorada no coronel fiada de losangos intervalados por óvolos e nas hastes por vieiras estilizadas e rosetas de quatro pontas. Sobre a coroa havia um cutelo de ferro, cuja reconstituição não se chegou a fazer.

 História

Data da construção 

Século XVI, data da outorga do foral manuelino, segundo alguns autores, Século XVIII segundo outros, reinado de D. Maria I.
D. Afonso III concedeu foral a Silves em 1266, alguns anos após a conquista definitiva da cidade por D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago. 
D. Afonso V, eleva Portimão à categoria de vila, Villa Nova de Portimão. 
Um primitivo pelourinho deve ter sido erguido por volta de 1504, ano em que D. Manuel I concedeu um novo foral à cidade. O pelourinho que existe actualmente, porém, deriva de uma remodelação realizada em tempos de D. Maria I, e localizava-se provavelmente na Praça do Município. 
Em 1878 a Câmara Municipal desmontou o monumento e os fragmentos dispersaram-se. Alguns, entre eles “quatro ferros do pelourinho” foram depositados no Museu Arqueológico de Faro. 
Na sequência do Decreto-Lei n.º 23 122, de 11 de Outubro de 1933, I Série, N.º 231 do Diário do Governo, a Câmara de Silves logo em 1934 pediu a devolução dos materiais ali depositados. 
O Museu, demorou  mais de 10 anos a satisfazer o pedido e  só em 1987  e sob a presidência de José António Correia Viola, se procedeu à obra de remontagem, todavia  só a parte superior, em forma de coroa real, pode ser considerado original. 
Obra que ficou concluída em 1989.
Está classificado pelo IGESPAR como Imóvel de Interesse Público desde 1933.

José Manuel Vargas é categórico ao considerar o pelourinho de Silves como um monumento único no Algarve. A maioria desapareceu (Albufeira, Alcoutim, Alvor, Cacela, Faro, Loulé,  Portimão, Tavira) ou estão ainda muito incompletos (Aljezur, Castro Marim e Monchique), além de que o outro exemplar que chegou até nós, o de Lagos, é uma reconstituição pouco criteriosa e mesmo fantasiada...

A singularidade do pelourinho de Silves consiste ainda no facto de não se conhecer outro caso de coroa real a servir de remate e de apresentar elementos de duas épocas distintas: o coroamento é do século XVIII e a cruzeta de ferros com ganchos e argolas, característica do séc. XVI.

A PROPÓSITO ou a DESPROPÓSITO


Cruz de Portugal - gravura antiga - primitivamente foi erigida na cabeceira da Sé.e tinha 6 m de altura

A nascente da cidade de Silves, em direção ao Enxerim, encontra-se a enigmática, e de incontestável beleza, "Cruz de Portugal". 
Trata-se de um cruzeiro do final de século XV ou início do séc. XVI, esculpido em calcário branco. 
Os motivos artísticos que evidencia são atribuídos ao gótico florido, muito embora haja quem sustente que a Cruz de Portugal apresenta motivos e símbolos manuelinos. 
Esta obra, classificada como Monumento Nacional desde 1910, mede cerca de 3m de altura e ostenta um minucioso trabalho escultórico representando numa face Cristo crucificado e, do lado oposto, Cristo descido da cruz nos braços de sua Mãe.


Cruz de Portugal, Silves, século XV




Pelourinho de Lagos
(Museu Municipal Dr. José Formosinho)

Este monumento foi classificado como Imóvel de interesse público, pelo Decreto N.º 23122, de 11 de Outubro de 1933.
A estrutura do pelourinho é composta por um plinto, sobre o qual está uma coluna lisa e depois outra em forma de espiral, que tem no seu centro um elemento quadangular. O conjunto é rematado no topo por um capitel adornado com acantos.  O ábaco é encimado por uma semi-esfera com os quatro lados aparados, onde foram cravadas as peças metálicas, e que tem no topo uma esfera armilar de perfil irregular.
O pelourinho foi montado utilizando pedras novas que não pertenciam à construção inicial.


O Pelourinho original  

Dom Manuel outorga, em Junho de 1504, o novo foral e nesta data terá sido erigido o pelourinho num espaço que  com quase toda a certeza seria o principal  centro urbano da vila 
Foi reconstruído em inícios do século XIX para substituir o que estava nas instalações da Câmara, localizadas na Praça do Pelourinho, e arruinadas com o terramoto de 1755 e sobretudo pelo maremoto que destruiu quase toda a zona ribeirinha com o derrube de muralhas e edifícios e cujas águas se fizeram sentir por léguas pelo vale acima da ribeira de Bensafrim e que, no seu recuo, tudo destruíram 
De tal maneira que sendo Lagos na altura a capital do Algarve, o governador mudou a residência para Tavira que à época era a segunda cidade mais importante do reino algarvio.

Lagos - Paços do Concelho (1918)


Lagos - Paços do Concelho 1906 .
Repare-se no muro com gradeamento em ferro à frente do Paço e no Mercado 




Portimão—Pelourinho—Paços do Concelho — 1954-1974

Derrubado e destruído por uma horda de vândalos a seguir ao 25 de Abril de 1974

 A Praça da República, popularmente chamada de Alameda da República, resulta da união de 2 largos distintos: Pelourinho e República. 
Largo do Pelourinho: Este topónimo deve-se à existência do antigo e primitivo pelourinho de Portimão neste largo, sendo igualmente o local onde se localizava a forca da vila, para execução dos condenados. 
O pelourinho da gravura  não é o original, aquele que esteve em frente à Câmara Municipal de Portimão, no Largo da Igreja do Colégio -Colégio da Companhia de Jesus que foi destruído com a implantação da República em 1913. 
Entre 1915 e 1954 os Paços do Concelho estiveram instalados no palacete Sárrea Garfias. 
O pelourinho da gravura foi levantado em 1954 quando a Câmara se instalou no Palácio Bivar no actual Largo 1º de Maio.
É uma réplica do Pelourinho destruído em 1910, após a Revolução de 5 de Outubro..

Pelourinho antigo

Erigido no Largo frente à Igreja do Colégio de São Camilo, Igreja do Colégio da Companhia de Jesus  e por isso mesmo denominado Largo do Pelourinho, mais tarde 1910, Largo da República. 

À semelhança de outros concelhos, em Monchique «houve também um pelourinho que, segundo a tradição, esteve no Largo da Misericórdia, pelo menos até 1820». Por expressar a autonomia municipal, o pelourinho de Monchique poderá ter sido construído após a elevação a vila, ocorrida a 16 de Janeiro de 1773, que representou a autonomia de Monchique relativamente ao território de Silves, ao qual estava dependente. Sobre o pelourinho, escrevia José Gascon na Monografia de Monchique, em 1955, que «dele restam duas pedras que formavam a coluna que deveria ter aproximadamente a altura de três metros». O mesmo autor acrescenta que um desses fragmentos, «pela sua configuração, mostra ter sido a parte inferior da coluna», e estava «cravada no chão de uma casa particular, apresentando uma base cúbica, de cantos arredondados, de 0,50 m. de altura, prolongando-se, para o alto, em fuste prismático, octogonal, de 1,10 m. de altura». A casa particular à qual Gascon se referia era, de acordo com José Manuel Furtado, «a oficina de ferrador do Sr. Manuel da Palma, sita no nº 11 da Rua do Porto Fundo», sendo aquela pedra utilizada para prender os animais que necessitavam de ser ferrados

Mais tarde, a oficina de ferrador deu lugar ao Café Estrela de Ouro, cujas obras de reconversão terão começado em 1961, visto ser desse ano o alvará respeitante ao espaço. No decorrer dos trabalhos, a base e o fuste que se encontrava no solo, ou seja, a pedra que Manuel Palma utilizava no seu trabalho, foi partida por ser demasiado grande, e os fragmentos acabaram por ficar dispersos no pavimento do edifício. Continuando na descrição de José Gascon relativamente ao monumento, percebe-se que esse teria «no alto um espigão de ferro, bastante grosso, de uns 20 centímetros de comprimento, que o ligava a outro bloco que formava a parte superior». Estamos, portanto, perante um segundo fragmento. Depois de ter permanecido durante muitos anos num muro em frente à fonte da Portela, de onde foi retirado em 1929, devido a obras de reparação no local, aquele fragmento acabou por ser deixado nas instalações da antiga cadeia, «no meio de tralha diversa». A disposição deste bloco seria muito idêntica ao primeiro. Formava uma únicacoluna e «terminava por um pequeno capitel, em pirâmide, também de oito faces, e que era talhado numa pedra separada». Atualmente, este segundo fragmento do pelourinho encontra-se exposto no átrio de entrada do edifício dos Paços do Concelho. Como vimos anteriormente, o local escolhido para implantar o pelourinho terá sido o largo fronteiro à Misericórdia, visto este ser, muito provavelmente o principal espaço público da vila setecentista. Além disso, era o maior largo que existia na vila nesta época e o mais próximo da casa em que, até 1948, esteve instalada a Câmara Municipal, na Rua do Açougue. O facto de já não aparecer qualquer referência ao monumento no Código das Posturas da Câmara em 1842, leva a crer que nesta altura o mesmo já não existisse. Todavia, no artigo nº 48 daquele Código podia ler-se que «só será permitido expor-se à venda peixe ou outro género vindo de fora, na Praça do Pelourinho», sendo possível que mesmo sem a presença do pelourinho naquela zona, o nome do largo ainda fosse mencionado desta maneira. Também em Monchique terá existido uma forca, na qual os criminosos eram expostos e condenados à morte, contudo, a sua localização não é conhecida.

O Pelourinho de Monchique está classificado com Imóvel de Interesse Público (IIP), desde 11 de Outubro de 1933, pelo Decreto-Lei Nº 23 112

 

 



No Museu de Aljezur repousa o fuste do pelourinho manuelino destruído pelo terramoto de 1755

Estrutura em cantaria de granito, composta por plinto paralelepipédico, sobre o qual surge a estrutura do antigo remate, em alto pináculo piramidal. 

1504, 20 Agosto - concessão de foral por D. Manuel I; provável construção do pelourinho;

 Séc. XX - colocação do fragmento do pelourinho em frente ao edifício da câmara.

 O pelourinho e a cadeia representavam o poder judicial e penal.

Aliás, o pelourinho que se erguia no meio da vila nas proximidades dos Paços do Concelho era ainda o local público de aplicação de penas e ali também se afixavam editais e se liam os pregões.

o Pelourinho, reconstruído com elementos do século XVI,

Pelourinho de pinha piramidal, sem soco e sem fuste.

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 23 122, DG, 1.ª série, n.º 231 de 11 Outubro 1933


Gravura do século XVIII em que o Pelourinho de Tavira está representado de forma

 muito pequena é bem possível que tenha conhecido 4 espaços


Detalhe da Vista da Praça d’ Tavira da Parte Occidental no Mappa das Anteguidades, q se achão em a Cidade de Tavira, [ca.1796].

1 —  Adro do local onde hoje se ergue a Igreja da Misericórdia e esta será a primeira localização pois nesse espaço estaria  instalada a “casa da câmara” / Domus Municipalis”

2 — .Largo das traseiras da Igreja de Santa Maria, frente à porta do Castelo, - segunda localização

3 — Cadeia Velha na Rua Nova Grande (actual Rua da Liberdade) Anos 20 do século XVI

4 — Século XVII (1645) Praça da Ribeira (actual Praça da República)  entre o edifício dos Paços actuais e a margem do Rio Gilão poucos metros a jusante da Ponte Medieval

Nota: Ao certo apenas duas localizações:
Largo do Castelo
Largo da Ribeira

Actualmente nenhum vestígio material resta e apenas a gravura, gravura do Séc. XVIII  atesta a sua existência física

As outras localizações ou são escritas ou cartográficas


Planta do Castelo de Tavira do Tenente Coronel Sande de Vasconcelos (século XVIII)  localiza o pelourinho no Largo do Castelo  e nas traseiras da Igreja de Santa Maria

 Assinalado a encarnado

Num dos espaços centrais do período medieval, a Igreja de Santa Maria domina o conjunto. Implanta-se no ponto mais alto da cidade, junto da qual se encontrava o Pelourinho da vila.  

 Gravura da localização do pelourinho séc. XVII  (1645)

Mas estes dois testemunhos gráficos-cartográficos atestam a sua existência. Este  representa a Praça da Ribeira, (1)  o edifício Municipal, a "Principal", a Igreja do Loreto, o rio e o casario do lado norte, legendado e identificando, por numeração, as edificações existentes. Com o número 11, verificamos, então, a indicação de "Pelourinho". Fazendo fé neste desenho, leva-nos a crer que o Pelourinho de Tavira nesta data estaria localizado na Praça da Ribeira, próximo do edifício da Câmara, junto à margem do Rio Gilão.ip


Contudo  um desenho, que remonta ao século XVIII, que representa a Praça da Ribeira, o edifício Municipal, a "Principal", o rio e o casario do lado norte, legendado e identificando, por numeração, as edificações existentes.

Com o número 11, verificamos, então, a indicação de "Pelourinho".

Fazendo fé neste desenho, leva-nos a crer que o Pelourinho de Tavira existiu e que a última localização teria sido na Praça da Ribeira junto ao Rio Gilão e a uma dezena de metros a jusante da Ponte Medieval.

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O pelourinho, porque as Paços do Concelho e o centro da cidade se tinham deslocado para a zona ribeirinha, foi deslocado do Alto de Santa Maria do Castelo para a Largo da Ribeira 

Em 1864 o executivo camarário (1) toma a decisão de o demolir.

Decisão oficialmente tomada em sessão de câmara de 4 de Junho de 1864, ficando registado em acta que o procedimento se justificava “não só por ser um monumento de vergonhosa recordação como pela grosseiríssima forma da sua construção”. 

(1) A Câmara era então presidida por

Manuel Joaquim Paes de Sousa, barão da Capelinha 

Resumindo, o Pelourinho de Tavira, seguramente, esteve assente em dois lugares distintos: Largo do Castelo até ao século XVII (1645) e Largo da Ribeira até ao século XIX (1864)


Nota: Autores há que apontam para quatro locais onde o Pelourinho, ao longo dos tempos, se ergueu
1 - Largo Castelo (Séc. XIII)

2 - Largo onde hoje se ergue a Igreja da Misericórdia 

3 - Largo da Cadeia (Velha) ao cimo da Rua Nova Grande

4 - Praça da Ribeira (séc. XIX)

  


Para saber mais:

https://journals.openedition.org/medievalista/2820

O que resta do Pelourinho de Alcoutim

Muito pouco se sabe mas Alcoutim também possuiu o seu pelourinho, possivelmente desde a concessão do foral de D. Dinis, datado de 9 de Janeiro de 1304. 

A quando da cheia de 1823, ficou por terra, tendo a Câmara Municipal, presidida por Jerónimo Mestre Guerreiro (de Giões), solicitado auxílio, certamente para o reerguer.


Foral Velho

A 9 de Janeiro de 1304, D. Dinis I

Foral Novo

20 de Março de 1520, por D. Manuel I



Pelourinho de Loulé– Desaparecido. Demolido 


Sabe-se que foi destruído em 1883  e que se erguia diante do antigo Arco do Relógio da Vila

 

Não seria frente a esta Torre do Relógio, sita na Praça da República ao lado dos Paços do Concelho mas muito provavelmente na Rua Ataíde de Oliveira nas traseiras do Mercado Municipal e de cujos vestígios nada resta


Dele não resta nenhum fragmento conhecido, e mesmo as descrições que poderiam permitir a sua reconstrução conjectural são pouco esclarecedoras. Silva Leal (José da Silva M. Leal, 1907) publica um desenho do monumento que não é inteiramente coincidente com a descrição que dele faz Ataíde Oliveira (F. de Ataíde OLIVEIRA, 1905). O esboço que o primeiro autor inclui na obra citada representa um pelourinho assente sobre um soco de três degraus quadrangulares, de aresta, composto por coluna lisa, de secção quadrada, e ligeiro espessamento na base, encimado por um singelo ábaco ou tabuleiro quadrangular, de onde se projectam quatro ferros em cruz com extremidades bifurcadas e curvas, em garra. O remate é constituído por um bloco cúbico terminado em pirâmide quadrada. Já Ataíde Oliveira descreve uma plataforma de quatro degraus, com fuste cilíndrico, encimado por pedra quadrada de secção inferior à da coluna. Mantém-se neste autor a referência aos quatro ferros de sujeição, terminando em "unhas". Ainda que não tornem possível conhecer com exactidão o antigo pelourinho de Loulé, estas descrições permitem concluir que este seria bastante singelo, sem lavores decorativos dignos de nota, ou características mais originais. SML

OLIVEIRA, Francisco Xavier d'Ataíde

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto Nº.º 23 122, DG, 1.ª série, n.º 231 de 11 Outubro 1933
Curiosamente foi classificado mas já não existia

  

 

Sobre o Pelourinho de Faro há muito pouca documentação e nenhuma gravura.
Faro é cristã desde 1249 e foral desde 1266 — D. Afonso III
Foral Novo –Manuelino– 1504
D. Manuel I entre 1497 e 1520 promulgou forais a 570 concelhos sendo 10 algarvios datados de 1 de Junho de 1504  excepto o de Alcoutim datado de 20 de Março de 1520 tendo o Foral de Silves servido de padrão para todos.
Faro é elevada a cidade por D. João III a 7 de Setembro de 1540
em 1577 recebe a sede do Bispado transferida de Silves sendo D. Jerónimo Osório o primeiro bispo por decisão de D. Sebastião.
É Capital do Algarve desde 1830  (D. Miguel)
(Capitais anteriores: Silves (1249-1573) . Lagos (1573-1755)  e Tavira (1576-1830)

 Forais Manuelinos do Algarve:

Castro Marim (1520) e:Faro, Lagos, Loulé, Silves, Tavira, Albufeira, Aljezur, Vila Nova de Portimão, Alcoutim (estes de 1504)

Alvor 1585

Forais Velhos: Silves, Tavira, Faro, Loulé, Lagos, (1266)  Castro Marim Afonso III 1277 depois  D. João I, 1421) Aljezur D. Dinis 1286;

 

DOCUMENTOS QUE REFEREM O PELOURINHO





Localização do que resta do Pelourinho de Castro Marim 

Os fragmentos do Pelourinho encontram-se no Museu Arqueológico instalado na Torre de Menagem do Castelo (v. PT050804020001

Imóvel de Interesse Público 

Decreto nº 23122 de 11-10-1933; abrangido pela Z.E.P., 

D.G., 2ª Série, nº 236 de 6-10-1956

 

Restam apenas alguns fragmentos, nomeadamente a esfera que o sobrepujava, encontrando-se os mesmos no Museu localizado na Torre de Menagem do Castelo.
Quando a vila se concentrava toda intramuros castrenses, este pelourinho estava colocado na praça de armas, junto ao Palácio dos Alcaides.
Foi mais tarde reconstruído junto aos Paços do Concelho, já fora de muralhas, mas as necessidades inerentes a várias obras públicas levaram à sua demolição, tendo-se conservado os seus restos no quintal da câmara até que, em 1910 com o advento da República, foram destruídos.
O Pelourinho foi classificado de manuelino por Luiz Chaves.

Arquitectura jurisdicional, quinhentista. Pelourinho de bola. Pelourinho de que apenas resta o remate em bola, mas que teria fuste cilíndrico.
Destruído aquando das Lutas Liberais, na primeira metade do século XIX, o que resta do pelourinho de Castro Marim encontra-se disperso em dois locais distintos. No núcleo museológico do castelo, instalado na antiga Torre de Menagem e dedicado às descobertas arqueológicas que se vão efectuando no recinto amuralhado, conserva-se parte do coroamento, composto por uma singela esfera sem decoração. As restantes partes conservadas - uma secção do fuste e a base de escadaria - foram reaproveitadas na construção do edifício da Câmara Municipal, facto hoje entendível como um feliz acaso de transferência simbólica da autoridade municipal para cá da destruição do pelourinho.
A sua construção remonta aos inícios do século XVI, na sequência da nova carta de foral que D. Manuel passou à vila em 1504, e implantou-se na praça principal da vila, diante do Palácio dos Alcaides de Castro Marim. Nessa altura, o castelo de Castro Marim assumia-se como um dos mais importantes pontos defensivos da costa Sul nacional, simultaneamente a última terra portuguesa e a primeira a quem cabia a defesa contra as armadas estrangeiras e os navios de corsários e de piratas. Sintoma disso mesmo, para além do novo foral, foram as obras de melhoramento do castelo, patrocinadas também por D. Manuel, em 1509 e, ao que tudo indica, a lenta expansão do aglomerado populacional pelas encostas da fortaleza, como bem se testemunha pela construção da Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, precisamente no século XVI

  http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73961

 


Conquistada Cacela aos mouros em 1240, D. Afonso III doou-a à Ordem de Santiago, como recompensa pelos bons serviços prestados pelo comendador Paio Peres Correia durante as campanhas da conquista cristã. Da sua fortaleza saíram as tropas de Paio Peres, para conquistar a cidade de Tavira aos mouros.

Dom Dinis concedeu foral a Cacela em 1283, tendo sido sede concelhia até ao ano de 1774, data da extinção pelo Marquês de Pombal.

Anos antes, o terramoto de 1755 atingiu severamente Cacela Velha e obrigou a população a deslocar-se para norte onde nasceu Vila Nova de Cacela, ficando a antiga vila conhecida por Cacela-a-Velha 

A povoação de Cacela Velha apresenta uma planta aproximadamente circular, delimitada por muralhas de alvenaria e taipa. Esta povoação desenvolve-se em torno de uma praça com cisterna. A igreja paroquial de invocação da Nossa senhora da Assunção (séc. XVI) e a Fortaleza Setecentista são os edifícios mais notáveis da vila. Realça-se a Casa da Misericórdia (séc. XVIII) adossada à igreja, A Casa do Pároco, construção robusta de taipa assente em fundações de alvenaria e suportada por contrafortes, que resistiu ao terramoto de 1755, o Cemitério Antigo, implantado sobre estruturas habitacionais datáveis do séc. XIV, desactivado desde 1918 e as duas Casas da Câmara do séc. XVI 

Em redor do pelourinho, entretanto desaparecido, e da cisterna, para ele se voltavam originalmente a Igreja, a Fortaleza, a Casa da Câmara e a Casa do Pároco, e, posteriormente, o cemitério. Sucessivamente reduzido e fragmentado, primeiro pelo desenvolvimento a norte, no início do século XX, de um novo conjunto edificado, e depois pela intervenção ao nível dos espaços exteriores, na segunda metade do mesmo século, criadora de um elemento barreira correspondente a um muro de suporte e escadaria



Pelourinho pombalino erigido em 1776 e demolido em 1820 (Revolução Liberal)

 

Gravura das manobras militares  feitas nos dias 13, 14 e 15 de Maio de 1776 na inauguração solene de Vila Real de Santo António 

Curiosidade: Vila Real de Santo António foi inaugurada a 13 de Maio (cerimónias civis, religiosas e militares que se estenderam por 3 dias) data que, coincidia, se calhar com todo o propósito e intencionalidade, com o dia de nascimento do Marquês

Antiga Praça da Estalagem, é popularmente conhecida por Largo da Forca.
Dispunha de um poço público e de um pelourinho, removido aquando da revolução liberal de 1820.
De planta quadrada de 100x100 palmos, o centro da praça está perfeitamente alinhado com a Igreja e o Cemitério (que se situa no final da rua, a norte), e a sul está simetricamente alinhado com a Praça da Fonte.
O topónimo actual presta homenagem ao poeta António Aleixo, natural de Vila Real de Santo António



para saber mais










In  Olhão - Mestrado de História de Arte - Sandra Romba - 2008



Nota — Olhão, embora tivesse um Bairro do Pelourinho,  nunca teve pelourinho.

Os olhanenses chamavam “bairros” ao conjunto de habitações de pescadores construídas na praia (baixa-mar) e neste bairro uma dessas construções servia de cadeia  que os olhanenses crismaram de “pelourinho”

A existência de um pelourinho em Olhão é muito duvidosa como Sandra Romba demonstra na sua  dissertação  de mestrado “Evolução Urbana de Olhão" (pág. 71) da Universidade do Algarve –F.C.H. S.

Parece que os habitantes quando se referiam ao pelourinho estavam a falar do edifício da cadeia e tinham por hábito de aí serem afixados editais como foi o caso. 

A toponímia Bairro do Pelourinho (Séc XIX) era bairro onde se instalara a cadeia a que os olhanenses chamavam “pelourinho” e levou alguns autores a supor a existência de pelourinho no lugar de Olhão

 Nota - António Manuel Amaro Rosa "in Pelourinhos da Lusitânia (1820-1974) dá-o como demolido

VER AQUI 





 




 Praça Marquês de Pombal

Praça Marquês de Pombal

 

Obelisco no centro de uma grande Praça e erigido em homenagem ao Rei D. José I, rodeado de pequenas colunas, apresenta no cimo uma coroa em ferro.

Lista de Pelourinhos do Distrito de Faro  segundo António Manuel Amaro Rosa in Pelourinhos da Lusitânia 1820 - 1974 

Albufeira Faro Albufeira (demolido)
Alcoutim Faro Alcoutim (demolido)
Aljezur Faro Aljezur (demolido)
Alvor   ???  Faro Portimão (demolido)  
Faro Faro Faro (demolido) (e já reconstruído)
Lagos Faro Lagos (demolido)
Loulé Faro Loulé (demolido)
Monchique Faro Monchique (demolido
Olhão Faro Olhão (demolido)
Santo António de Arenilhas Faro 
Silves Faro Silves Silves
Tavira Faro Tavira (demolido)
Vila Nova de Cacela / Cacela Velha Faro Vila Real de Santo António (demolido)
Vila Real de Santo António Faro Vila Real de Santo António (demolido)

Para ler mais ir por AQUI


  


Obelisco Ferreira de Almeida 

Ferreira de Almeida foi Par do Reino e Ministro da Marinha em 1895, num governo de Hintze Ribeiro, aboliu os castigos corporais usados na armada, tendo fundado, em Faro, a Escola de Alunos Marinheiros do Sul.


Obelisco Poeta João de Deus


Faro - Jardim Manuel Bivar - frente ao Governo Civil - 8 Março 1930

Homenagem ao pedagogo e poeta algarvio, João de Deus, (1830-1896) natural de São Bartolomeu de Messines, no centenário do imortal poeta e pedagogo

(Busto do escultor António Augusto da Costa Mota (tio)) pedestal de mestre Tomás Ramos (farense) 


 

 


Homenagem aos caídos na guerra

Obelisco da Praça da República é um monumento em homenagem aos Combatentes da Grande Guerra, este, em particular aos militares de Tavira que perderam a vida em combate, na Flandres (França). É uma peça da autoria de Alberto Ponce de Castro e foi construído no início da década de 30 do século XX.

É uma estrutura em degraus, de base quadrangular e com cerca de 5 metros de altura. Está localizada no centro da Praça da República entre e edifício da Câmara Municipal e o anfiteatro próximo da Ponte Medieval 





  Duarte Pacheco (1900-1943), louletano que foi Ministro das Obras Públicas durante o Estado Novo e faleceu no acidente de viação em 16 de Novembro de 1943.

Arquitecto Cristino da Silva concebeu um monumento esquemático: uma coluna sólida, com 5 metros de diâmetro e 17 metros de altura como símbolo da gigantesca obra realizada pelo eminente Ministro. O aspecto inacabado e fracturado da coluna seria uma alegoria plástica à vida e obra interrompidas tão abruptamente.

Na base da coluna voltada ao eixo da praça, foi colocado um plinto com um baixo-relevo em bronze com a efígie do ministro. Esta foi ladeada por duas palmas de glória esculpidas na pedra. Assente sobre plataforma circular de 30 metros de diâmetro e emoldurada por muro de suporte semicircular com 4 metros de altura e dupla escadaria lateral, a coluna monumental foi ornada com baixos-relevos representativos das infraestruturas com que Duarte Pacheco dotara o país.

No muro encontra-se gravada a frase de Salazar (a palavra Salazar foi, estupidamente, eliminada em 1976)

“Uma vida velozmente vivida e inteiramente consagrada”.

O monumento foi inaugurado a 16 de Novembro de 1953, precisamente 10 anos passados sobre a morte do homenageado. Em 2000 foi alvo de uma operação limpeza e restauro. Situa-se no topo da Avenida 25 de Abril, antiga Avenida General Carmona.

Grande monumento em pedra onde estão inscritas imagens que representam as obras efectuadas pelo Engenheiro Duarte Pacheco (Ministro das Obras Públicas). 

O Arquitecto / Autor deixou o monumento incompleto simbolizando a obra inacabada de Duarte Pacheco, enquanto governante.

Por trás do monumento uma frase de Salazar: 

«Uma vida velozmente vivida e inteiramente consagrada ao progresso pátrio».

 



Pelourinhos no Algarve

in Património e Simbologia 
(Os Casos de Silves e Faro)
Nuno C. J. Campos

2.4.3. Os Pelourinhos
Um outro símbolo de poder foram os pelourinhos, erguidos por iniciativa das autoridades da terra – coroa, senhores laicos ou eclesiásticos, homens bons, localizados sempre próximo do centro de decisão local: “o fórum da vida comunal dos vizinhos, desde que aos concelhos foi permitido nos fins do século XII erigirem por seus tais monumentos.
....
Numa outra leitura, o material empregue para fazer o pelourinho, a pedra, pode simbolizar a inflexibilidade e dureza da justiça e a sua perenidade.
Seja como for, e ainda em matéria de justiça, à medida que ela se apurou, depressa os pelourinhos passaram a ser o local por excelência, ao longo do século XIX, segundo palavras do Visconde de Juromenha, para a afixação dos “editais do Município e [dos] anúncios judiciais, fiscais, etc.”80, ganhando, desta maneira, uma vertente de natureza mais burocrática, no contexto da complexidade do aparelho governativo do Estado.
A par desta conotação judicial do pelourinho, este passou a ser visto com valor representativo do poder administrativo do concelho81, na sequência da vitória das forças liberais: “[em] 1833, [...] arrancaram-se os ganchos de alguns pelourinhos, para apagar a lembrança do préstimo que tinham tido”
....
a Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portuguezes – que definiu os pelourinhos como “caracteristico vestigio em que se reünem as mais das vezes predicados artisticos, historicos e tradicionaes da administração municipal portugueza”. 
Foi esta a interpretação que chegou ao século XX.
.....

A realidade deste património no Algarve sempre foi apontada como pobre, o que é confirmado pelo inquérito da Academia Nacional de Belas Artes, que dá Trás-os-Montes e Beiras como as regiões onde se encontram mais destes testemunhos. Ainda quanto a esta fonte, dos dezasseis concelhos do Algarve, nenhum há que tenha pelourinho erguido em sede concelhia, embora indique haver fragmentos de quatro concelhos, referentes a:
Castro Marim (expostos no Museu da Vila),  Loulé (na posse particular),  Monchique (na posse da Câmara Municipal e de um particular)  e Silves.

 Quanto a pelourinhos, erigidos ou não, noutras localidades algarvias que não sedes de concelho, o resultado é zero. 
Anos mais tarde, mas ainda na década de 30 do século XX, é conhecido um fragmento do de Lagos.
Mais recentemente, de localidades com pelourinhos, além das acima referidas, conhece-se um fragmento do pelourinho de  Aljezur e há referências a pelourinhos em  Portimão,  Tavira e  Vila do Bispo. 
Há ainda suspeitas, embora sem qualquer base de apoio, de que em  Albufeira e Faro também tivessem existido. 
Destes, o único que se conhece com motivos heráldicos é o de Lagos, com o remate das armas de Portugal antigo

Para saber mais e melhor ir por:

PELOURINHOS ALGARVIOS Nota: Este blog e todos os outros da minha pena,  deliberadamente não respeitam  o acordo ortográfico introdUção...